Além de jornalista, Emanuel Neri é empreendedor do Turismo em São Miguel do Gostoso
"São Miguel do Gostoso", o filme, faz pensar
Por acaso alguma vez vocês chegaram a imaginar que um filme chamado “São Miguel do Gostoso” participaria de um festival internacional de cinema e seria exibido em um cinemão da avenida Paulista, a mais paulista de todas as avenidas de São Paulo? Pois isso ocorreu na primeira semana de abril, em São Paulo, durante o festival de documentários “É Tudo Verdade”. O cinema Reserva Cultural, na avenida Paulista, ficou cheíssimo –muita gente voltou para casa, sem conseguir entrar no cinema -- para ver o filme dirigido pelo cineasta também paulista Eugênio Puppo.
Os sinais de sucessos são bem evidentes. Além da casa cheia, o filme foi bastante aplaudido no final. O público gostou. Além disso, o filme recebeu uma crítica bastante favorável do crítico Ricardo Calil, da Folha de S. Paulo. Calil viu o que todos perceberam no filme de Puppo. “São Miguel do Gostoso” não tem uma visão açucarada e obra-oba da cidade. É um outro olhar sobre nós. Em alguns momentos, pode até parecer um pouco ácido para quem é de São Miguel do Gostoso, a cidade. Mas o filme, de alguma forma, é realista. E faz pensar sobre o nosso futuro.
Com 80 minutos de duração, com imagens belíssimas da cidade --algumas delas aéreas --, estão explicitados ali a realidade de uma praia que, até pouco tempo atrás, era um tranqüilo vilarejo de pescadores e que hoje tornou-se num próspero centro turístico do Nordeste, atraindo turistas de várias partes do Brasil e do exterior. É claro que este desenvolvimento acelerado – que gera renda e cria empregos --, também tem suas mazelas. Uma delas é econômica. Alguns filhos de pescadores não querem mais seguir a carreira dos pais –preferem empregos em outras atividades econômicas, entre elas o turismo. É mais fácil, mais atraente e pode-se e ganhar mais. O filme também explicita a especulação imobiliária trazida pelo súbito sucesso da cidade.
Entra também neste instigante documentário sobre São Miguel do Gostoso a questão cultural. Trata-se da influência de uma nova cultura “estrangeira” -- de brasileiros de outros regiões do país, bem como de turistas de fato estrangeiros – sobre os costumes da população local. É como se os “estrangeiros” trouxessem com eles um certo ar de “modernidade” –o que não é ruim para a cidade. É interessantíssimo um depoimento do irmãos músicos e cantores gostosenses Olga e Felipe. Os dois falam, de forma bastante curiosa, do impacto que os novos costumes vindos com o turista causam na população nativa. É enriquecedor ver jovens locais derrubarem preconceitos, em todos os sentidos, com desembaraço, incluindo os de orientação sexual.
Quem também fala contra preconceitos, de forma igualmente interessante, é o Padre Fábio, pároco que deixou a cidade para ocupar um importante cargo na Secretaria de Direitos Humanos, um dos ministérios do governo federal. Em pregação na igreja local, cercado de fiéis, Fábio fala de “enterrar” injustiças sociais, preconceitos e outros “males” da nossa sociedade. “São Miguel do Gostoso” mostra bolsões de pobreza, mas exibe também a riqueza do nosso folclore –danças do pastoril e do boi-de-reis --,e sobretudo a cara de um povo alegre e bonito. O filme é um ótimo motivo para a população de São Miguel do Gostoso pensar em seu desenvolvimento de forma ordenada, sustentada, sem agressão à natureza e, ao mesmo tempo, preservando valores culturais que são fundamentais para a afirmação da sua sociedade.
Depois de São Paulo –o filme teve boa visibilidade em outros setores de mídia, como a coluna da jornalista Mônica Bergamo, da Folha de S. Paulo, um das mais lidas do Brasil – o filme vai aportar agora em São Miguel do Gostoso. Deve passar em um telão, ao ar livre, na beira da praia, à noite, para toda a população da cidade assistir. A população vai ver e se surpreender com os protagonistas do filme, a maioria gente simples do lugar, mas também algumas pessoas de fora que foram “adotadas” pela cidade. “São Miguel do Gostoso” deve passar na cidade em meados do ano –depois será exibido em Natal, e mais tarde volta para São Paulo, para estrear no circuito comercial.
Não há dúvidas de que “São Miguel do Gostoso”, o filme, dá uma ótima visibilidade para São Miguel do Gostoso, aumenta seu potencial turístico, mas também alerta para eventuais seqüelas que o turismo traz para a cidade. É importante que cada um veja o filme sem idéias pré-concebidas, captando o que ele tem de melhor. Trata-se de um olhar curioso, mas também generoso, sobre o nosso progresso. É provável que, a partir deste filme, possamos corrigir eventuais falhas que surjam no caminho do desenvolvimento de São Miguel do Gostoso. O filme aponta na direção de um potencial formidável de crescimento, e de futuro – é só saber fazer que a gente chega lá.
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